sábado, 15 de janeiro de 2011

Na ponta dos pés


Tempo de Carnaval, sol, praia, mar. Os pais levaram - na para passar o feriadão na praia, muito mais, na realidade era um mês pensava ela com uma tremenda alegria vinda do coração. Dias e mais dias de festa e a pequena menininha de oito anos tentava acompanhar tudo, mas quase sempre acabara dormindo antes do fim. Foi em um desses dias, que ela descobriu uma paixão.
Lá estava ela, no meio de toda aquela mutidão assistindo um show de quem ela nem sabia. Mas algo a fez parar e sorrir para o vento, fez com que ela se sentisse só em meio á toda aquela gente, as bailarinas dançavam como se fossem par com o vento, ela  sorria e se apaixonava cada vez mais por aquilo. Ballet, esse era o nome de sua paixão. Os outros dias na praia continuaram alegres e animados, com um pouco de sonhos para brilhar durante as noites.
Tanto fez que logo seus pais a colocaram numa Escola de Dança. Ah, sua primeira aula de ballet fora algo de uma emoção indescritível. Ela chegou toda tímida e fascinada com tudo aquilo, as roupas, as sapatilhas, o teatro. Tudo aquilo faziam seus olhos brilharem mais que Diamante e o coração bater tão forte e alto como bateria de escola de samba. Nem percebeu que iria suar muito pra chegar onde almejava estar. Sua cabecinha ainda era muito pequena pra pensar tudo isso no mesmo momento, cabia apenas a emoção e o fascínio de ver Bailarinas profissionais ao seu lado a ensinando tudo que sabiam.
Seu sonho era tão forte que obstaculo algum a deixara com o pensamento distante de sua paixão.
Logo percebeu que queria isso para sua vida, nada mais a deixava mais feliz do que dançar. Quando ela dançava sentia a música na pele e sua alma voar, enquanto dançava nada mais existia. Só ela e o seu ballet.
Mas ela sentia que ainda não estava completa, queria realmete estar nas nuvens apenas com a ponta dos pés no chão e isso se tornará seu novo grande sonho, usar sapatilhas de ponta.
Não foram poucos os desafios para ela conquistar esse novo sonho, a começar por um problema no joelho que a fazia sentir muitas dores durante as aulas e ensaios, mas  nada disso a fez desistir, seu amor pela dança era muito maior que as dores e o tamanho do teatro.
A menininha que se apixonará a primeira vista no auge dos seus oito aninhos, agora cresceu e continuou a amo - lo com todo amor que existia dentro de sí, agora ela tinha treze anos e nesse instante seria o maior espetaculo dançado por ela até então.
Teatro cheio, coração batendo mais que forte ela atras da cuthia via a mãe com um sorriso bobo e orgulhoso de orelha a orelha, que tentava acalmar a menina só com os olhos. Que agora a menina sentia inda mais forte toda aquela emoção do primeiro encontro.
Ela se prepara, as luzes se apagam, as cortinas se abrem e começa a música. E ela dança, dança como se a coreografia fizesse parte dela, como se ao dançar ela fosse o par do vento e ela agora sentia sua alma voar longe e não sabia o que fazia, apenas fazia com a convicção de estar certa. Voltará a tona quando o barulho dos aplausos ficaram altos e fizeram eco no grande teatro antigo, a menina abriu o sorriso para o vento, e agora seus olhos de Diamante iam derrentendo em  algumas lágrimas. A  menina que agora se dizia grande estava tão pequena que cabia na palma da mão. Ela agora era Bailarina. E todos falam que a dança agora já era parte dela.
Os tempos se passaram e após esse grande momento o idota do destino resolveu afasta - la do seu amor, mas o amor não morrerá, continuará vivo nela  mesmo estando distante do teatro e das aulas.

- Samara, vamos! Estamos atrasadas!
- Espera mãe! Tenho que terminar isso aqui !

E hoje ela reencontaria seu grande amor, com aqueles olhos e o sorisso bobo ao vento iguais ao dos oito anos.